
Ler não é meramente uma atividade intelectual.
Primeiramente, antes que venhamos afirmar acerca da possibilidade de haver uma “Filosofia Cristã” é necessário que busquemos definir o que seja filosofia.
Ora, filosofia é uma palavra grega que denota etimologicamente: “amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber”.
“Assim, filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.”
Tendo em vista tal definição poderíamos afirmar que os pensadores medievais não eram filósofos? Ou partindo de tal informação, que não há uma “Filosofia Cristã”?
Se ousarmos alegar, portanto, que os pensadores da Idade Medieval não eram filósofos teremos que provar que esses não amavam a Sabedoria e que a ela não dedicavam suas vidas.
Considerando que “o temor do Senhor é o princípio da ciência” e que Ele dá sabedoria aqueles que a busca; devemos admitir a expressão: “Filosofia Cristã”. Pois neste âmbito Deus não é apenas Aquele que dá sabedoria aos que a almeja e a deseja, e sim, à Própria Sabedoria.
Sendo assim, porque não admitiríamos falar numa “Filosofia Cristã”, se Cristo é o “Verbo”, à Própria Sabedoria? Sendo Cristo a Própria Sabedoria é mais que justo falarmos de uma “Filosofia ‘Sophia’”, isto é, “Filosofia Cristã”.
Tendo em vista que a ‘escolástica desenvolvida na Idade Medieval’ buscava a “Sabedoria”, que tais pensadores amavam a “Verdade” não poderíamos deixar de atribuir a ela o título de “filosofia”, apenas porque tais pensadores adotaram a “Revelação”.
Ora, o que é revelação? Não é a forma de Deus comunicar ao homem sua verdade? Mas, se Cristo é a Própria Sabedoria porque Este não poderia se revelar ao homem? E mais, quem seria tolo ao ponto de na busca pela Sabedoria rejeitá-la (A Própria Sabedoria), sem antes buscar observá-la?
Se Deus é o Próprio “Logos”, como prefigura as escrituras sagradas, seria possível falar numa teologia sem considerarmos a possibilidade de uma “filosofia Cristã”?
Penso eu que, se Deus existe e é a Própria Sabedoria não haveria problema na revelação, já que quem melhor que A Própria “Sophia” para revelar a verdade a cerca de si mesma? E se Deus não existe, penso que não deveria haver problema quanto à revelação, pois caso houvesse tal possibilidade de Deus não Ser não haveria “revelação”, e, portanto seria uma mera habilidade do raciocínio humano.
Partindo de tal pensamento podemos concluir que, podemos sim falar numa “Filosofia Cristã” e que ‘as escolásticas desenvolvidas durante a Idade Média’ merecem realmente o título de “filosofia”.
Rafaella Silveira Sucupira da Costa.
Tive um sonho. Sonhei que a humanidade se “encontrava” perdida na imensidão do abismo cósmico, e em meio aquela escuridão cada um buscava a si mesmo no brilho das estrelas. Mas, a humanidade não buscava na luz das estrelas a sua origem, não buscava nelas nem mesmo contemplar o seu reflexo; como o vemos por espelhos. Na verdade, buscava nas estrelas um modo de brilhar. O que a humanidade queria realmente era ser percebida; deixando assim esquecida a necessidade de se encontrar.
E deste modo prosseguiu a humanidade sempre perseguindo o brilho das estrelas; perdendo-se cada vez mais na imensidão do universo. Tal desejo diminuiu a força, num âmbito geral, da humanidade. Porque como não conseguiam alcançar tal brilho cada um foi querendo se sentir superior aos outros, foi assim que iniciou uma terrível guerra no universo. E a cada batalha travada, inúmeros “indivíduos” deixavam seus corpos que, nas profundezas do cosmo, parecia mais pó, poeira. Enquanto a humanidade se perdia na escuridão os poucos que restavam se iludiam com a “autoridade” e “poder”. Foi na frustração de não alcançar o superior brilho das estrelas que a humanidade apagou a luz de sua existência.
A terra, que era a união da humanidade, ao invés de compor o universo; cumprindo sua responsabilidade, deixou de ter sua importância e poder porque abriu mão do que realmente era e não sabia para destruir a si mesma. Foi assim que, se extinguiu a humanidade; a terra.
Não pereceu por intermédio de uma grande explosão, nem mesmo por dilúvios, mas sim, por falta de “expressão”. Simplesmente deixou de ser por não compreender o real motivo de sua existência, deixou de ser por não entender a verdadeira razão do brilho das estrelas. O brilho das estrelas não era um modo egocêntrico de chamar atenção para si mesma, mas sim, de servir a humanidade.
Enquanto a humanidade olhava para as estrelas e as percebia como superiores, e almejava possuir seu brilho. As estrelas humildemente serviam a humanidade, que na verdade, era “inferior” não por não conseguir possuir o brilho almejado das estrelas, mas por não conseguir compreender o verdadeiro BRILHO DAS ESTRELAS: o amor em servir.
Rafaella Silveira Sucupira da Costa